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Jorge Francisco Martins de Freitas
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EFEMÉRIDES
Aconteceu a 6 de março de 1992
Morte da pintora portuguesa Maria Helena Vieira da Silva

A 6 de março de 1992, morre, em Paris, Maria Helena Vieira da Silva, pintora figurativa e abstracta portuguesa radicada em França e naturalizada francesa.

Texto da autoria de Luísa Viana Paiva Boléo.
Nasceu em 1908, na noite de Stº António, filha de Marcos e Maria da Graça Vieira da Silva, pai embaixador, foi educada pela mãe após a morte do pai, quando contava apenas três anos.
Estudou pintura em Portugal em 1919 e frequentou Belas Artes em Paris, a partir de 1928, data em que passou a viver com a mãe na Cidade Luz.
Casou com o pintor húngaro Arpad Szenes, numa forte relação e veneração, em 1930, paixão que só foi interrompia com a morte dele em 1985.
Maria Helena expôs pela primeira vez no Salon de Paris, em 1933 e em 1935 expôs pela primeira vez em Portugal.z
Viveu no Brasil de 1940 a 1947, dado o marido ser judeu e para fugir às perseguições nazis.
O Brasil recebeu-os de braços abertos e Paris também, quando regressou.
O Estado francês comprou-lhe diversos quadros, nomeadamente "La Bibliothèque" e a famosíssima "La Partie d'Écheques".
Vieira da Silva é, provavelmente, a mais famosa e cotada pintora portuguesa já desaparecida.
Deixou também tapeçarias, vitrais para a cidade de Reims, gravuras, ilustrações de livros infantis e cenários de teatro.
Maria Helena Vieira da Silva dedicou a sua vida à pintura e só depois da democracia em Portugal, em 1974, foi mais divulgada a sua obra, esquecida e pouco reconhecida durante o regime do Estado Novo. No entanto, o professor de arte José Augusto França escreveu, em 1958, uma monografia essencial sobre a pintora.
Em 1960, França concedeu-lhe o grau de cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras.
O seu cartaz do 25 de Abril é conhecido de toda a gente, com o título "A Poesia está na Rua".
Em 1977, recebeu a mais alta condecoração, não militar, portuguesa - a grã-cruz da Ordem de Santiago da Espada.
Lisboa tem, no Jardim das Amoreiras, um museu que lhe é dedicado, com o seu nome.
Entre outros prémios a pintora recebeu, em 1961, o Prémio da Bienal de São Paulo.
A estação de Metro da Cidade Universitária tem azulejos da sua autoria e a estação do Rato (Lisboa) ostenta um painel de azulejos também seu. Do lado oposto, no mesmo átrio, outro painel de seu marido, como que eternizando aquele amor de cinquenta e seis anos de união perfeita.
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