A 3 de Abril de 1992, morre, em Santarém, vitimado por uma doença do foro cancerígeno, o tenente-coronel Salgueiro Maia, um dos principais capitães intervenientes na Revolução do 25 de Abril de 1974.
Havia nascido, a 1 de julho de 1944, em Castelo de Vide.
Após ter frequentado o Liceu em Leiria, é admitido, em outubro de 1964, na Academia Militar, em Lisboa.
Colocado na Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém, para fazer o tirocínio, ascende, na mesma instituição, a comandante de instrução.
Participa, integrado numa companhia de comandos, na Guerra Colonial.
Torna-se num dos principais capitães intervenientes na Revolução do 25 de Abril de 1974.
Na madrugada desse dia, reune a parada da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, e profere o seguinte discurso:
«Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados socialistas, os estados capitalistas e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!»
Todos os 240 homens presentes na parada voluntariaram-se, de imediato, a acompanhar Salgueiro Maia até Lisboa, tendo ocupado o Terreiro do Paço e cercado o quartel do Carmo, onde o presidente do conselho Marcelo Caetano se havia refugiado, com os seus mais diretos colaboradores.
Tendo compreendido que já não governava, Marcelo Caetano solicita a Salgueiro Maia a presença do General Spínola a quem se rende.
Ao longo da sua curta vida, declina todos os privilégios que lhe quiseram atribuir: ser membro do Conselho da Revolução, adido militar numa embaixada, governador civil do Distrito de Santarém e ingressar na casa Militar da Presidência da República, mantendo-se confinado à sua carreira militar. É promovido a major em 1981 e, posteriormente, a tenente-coronel.
Obtém, entretanto, a licenciatura em Ciências Políticas e Sociais, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas de Lisboa.
Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, a 24 de setembro de 1983
A 28 de junho de 1992, recebe o Grau de Grande-Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.
Em 2007, é-lhe atribuída a Medalha de Ouro de Santarém.
A 25 de abril de 2017, o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, agracia-o com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
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