Às 18 horas e 18 minutos do dia 21 de maio de 1998, o então Presidente da República Jorge Sampaio inaugura oficialmente, na presença de 3000 convidados, a Exposição Mundial de Lisboa - Expo 98, subordinada ao tema "Os oceanos: um património para o futuro"
A abertura ao público realizar-se-ia no dia seguinte, 22 de maio, a partir das 9 horas da manhã.
Esta exposição, integrada na comemoração dos 500 anos dos Descobrimentos Portugueses, acolheu, durante 132 dias, cerca de 11 milhões de visitantes.
Com a participação de 143 países e 14 organizações internacionais, constitui um momento inolvidável da vida da cidade de Lisboa, tendo recebido inúmeras infraestruturas ferro-rodoviárias para acolher condignamente milhões de visitantes oriundos de todo o Mundo.
A degradada zona oriental da cidade sofreu, para o efeito, uma completa remodelação para receber este evento.
Havia um livre-trânsito que custava 50 contos (o equivalente a 250 euros), bilhetes de um dia a 5 mil escudos (cerca de 25 euros), três dias a 12 500 escudos (cerca de 62 euros) e apenas para a noite, após o fecho dos pavilhões, a 2 500 escudos (cerca de 12,50 euros) .
Durante os quatro meses em que esteve aberta, milhares de atividades culturais levaram mais de 11 milhões de pessoas ao recinto da Expo’98.
A 30 de setembro de 1998, dia do encerramento da Expo’98, uma quarta-feira, ocorreu a maior enchente: portugueses oriundos da área da Grande Lisboa, depois de saírem dos empregos, ocorreram ao recinto para se despedir deste evento. A afluência às várias entradas do recinto foi de tal ordem que os torniquetes não conseguiram dar vasão a tão elevado número de pessoas, deixando, a partir de determinada hora, de controlar os acessos, numa altura em que já se contabilizavam 215 000 visitantes noturnos que se haviam juntado aos que, desde a manhã, aqui permaneciam.
Durante o espetacular fogo-de-artifício de encerramento, ouviram-se constantes “Viva Portugal” .
Até de madrugada, os empregados dos inúmeros bares do recinto não tiveram mãos a medir. A zona descoberta por detrás do Oceanário, onde num pequeno palco se cantava o Fado, já não comportava mais gente. Algumas fadistas lamentaram que à “canção nacional” tivesse sido atribuído um espaço tão insignificante comparativamente a outras expressões artísticas.
À saída do recinto, já a altas horas da madrugada, a estação de metro do Oriente recebeu a maior enchente de que há memória, obrigando os funcionários a controlar o fluxo de passageiros.
E assim terminava a maior exposição alguma vez realizada em Portugal.
Esta exposição criou infraestruturas reutilizáveis: a entrada principal da exposição reabriria mais tarde como centro comercial Vasco da Gama, os pavilhões que receberam muitos dos países convidados foram transformados na nova Feira Internacional de Lisboa, o Pavilhão do Conhecimento transformou-se no Centro Ciência Viva, o da Utopia é atualmente o Altice Arena e o Pavilhão do Futuro acolheu o Casino Lisboa. O Oceanário continua aberto, constituindo uma enorme atração para portugueses e estrangeiros.
Centenas de edifícios de escritórios e habitação foram entretanto construídos neste local, transformando o antigo recinto e a zona envolvente num dos mais atraentes (e caros!) bairros de Lisboa.
A partir de 16 de outubro de 1998, o recinto onde decorreu a exposição foi reaberto como zona de lazer, passando a denominar-se Parque das Nações.
Estamos a reunir diariamente, num único local, os artigos sobre Grandes Exposições Internacionais que têm vindo a ser publicados, com regularidade, no âmbito das Efemérides. Esta tarefa estará concluída a 31 de dezembro de 2022.
Fonte 1: Diário de Notícias do dia 22 de maio de 1998
Fonte 2: Site do parque das Nações
Fonte 3: Arquivo da RTP