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EFEMÉRIDES

Aconteceu a 9 de julho de 1980



Morte de Vinicius de Moraes, poeta e compositor brasileiro

A 9 de julho de 1980, morre, no Rio de Janeiro, o diplomata, poeta, dramaturgo, cantor e compositor brasileiro Vinicius de Moraes.

Havia nascido no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro, a 19 de outubro de 1913.

O seu pai era poeta e violinista amador e a sua mãe pianista amadora.

Em 1916, acompanha os pais e os seus dois irmãos par o bairro do Botafogo, onde nasceria o seu terceiro irmão.

Nesse local, inicia os seus estudos na Escola Primária Afrânio Peixoto, demonstrando, desde muito cedo, interesse em escrever poesias.

Em 1924, continua os seus estudos no Colégio Santo Inácio, administrado por padres jesuítas. Nesse estabelecimento de ensino, ensaia as sua futuras vertentes de cantor, participando no coral e de dramaturgo, montando pequenas peças de teatro.

Em 1929, conclui o ensino secundário e, no ano seguinte, ingressa na Faculdade de Direito do Catete, hoje Faculdade Nacional de Direito, onde se gradua, em 1933, em Ciências Jurídicas e Sociais.

Boémio inveterado e eterno conquistador (casou nove vezes), a sua veia poética originar-lhe-ia o apelido de "poetinha".

Sempre considerou que o que realmente o definia era ser poeta e todas as suas outras vocações (teatro, cinema e música) teriam origem naquela.

Teve em Baden Powell, Carlos Lyra. Chico Buarque, João Gilberto, Tom Jobim e Toquinho os seus principais parceiros.

Vinicius de Morais exerceu a carreira de diplomata durante 26 anos até ter sido aposentado pelo Ato Institucional Nº 5, criado pela ditadura militar brasileira, sob a alegação que este, em vez de estar presente no consulado de Montevideu, preferia permanecer nos botequins do Rio de Janeiro, tocando violão com um copo de uísque ao lado. Embora o documento não o refira, na origem deste ato estiveram razões de ordem política. No dia da publicação deste documento institucional, Vinícius de Morais encontrava-se em Portugal realizando um concerto com Baden Powell. Quando soube da notícia através dos jornalistas, ficou profundamente chocado. Trinta anos depois de sua morte, é-lhe feita justiça: a Lei 12.265 de 21 de junho de 2010, eleva-o a ministro de primeira classe, cargo associado ao de embaixador.

Dos 300 poemas que escreveu para acompanhar as suas músicas, transcrevemos um dos mais apreciados:

SONETO DE FIDELIDADE

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure




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