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EFEMÉRIDES

Aconteceu a 4 de outubro de 1947



Morte de Max Planck, considerado o pai da teoria quântica

A 4 de outubro de 1947, morre, no Hospital de Göttingen, em Hamburgo, o professor Max Planck, físico alemão.

Fonte: Diário Popular n.º 1803, de 04-10-1947, p. 12

Em 1899, descobriu uma nova constante fundamental (a que posteriormente atribuíram o seu nome) que é usada, por exemplo, para calcular a energia do fóton.

No ano seguinte, descobriu a lei da radiação térmica que serviria de base para a teoria quântica, desenvolvida, dez anos depois, por Albert Einstein e Niels Bohr.

A teoria quântica veio fazer pôr de parte as ideias da escola de Newton, que predominaram no mundo científico durante dois séculos e meio.

Vida e Obra

Karl Ernst Ludwig Planck nasceu, em Kiel, Alemanha, a 23 de abril de 1858.

Max era o sexto filho de Johann Julius Wilhelm Planck, professor de direito Constitucional na universidade de Kiel. O seu bisavô e o seu avô eram professores de teologia.

Quando tinha cerca de dez anos de idade, passou a assinar como Max, nome que manteve até ao fim da sua vida, acrescido do seu verdadeiro apelido: Planck.

Em 1867, a numerosa família Planck foi viver para Munique. Nesta cidade, Max ficou sob a tutela de Hermann Müller, com quem aprendeu matemática, astronomia e mecânica, tendo tomado conhecimento do princípio da conservação da energia, que lhe foi muito útil para o desenvolvimento dos seus primeiros trabalhos sobre termodinâmica.

Aplicou-se afincadamente ao estudo e à investigação, tendo publicado trabalhos sobre entropia, termoeletricidade e teoria das soluções diluídas.

Com apenas 21 anos de idade, conseguiu obter o grau de doutor.

O seu professor de física havia-o aconselhado a não estudar física, alegando que nesse campo já tudo tinha sido descoberto, mas Max não se resignou, respondendo que não pretendia descobrir coisas novas, apenas compreender os seus fundamentos.

Antes de encetar investigações no campo da física teórica, Plank estudou, sob a orientação de Jolly, a difusão de hidrogénio através da platina.

Em 1877, durante um estágio de um ano em Berlim com os físicos Hermann von Helmholtz e Gustav Kirchhoff e com o matemático Karl Weierstrass, dedicou-se ao autoestudo dos trabalhos de Clausius, que o incentivaram a escolher a teoria do calor como o seu campo de estudo.

Em 1878, defendeu a dissertação Sobre o segundo teorema fundamental da teoria mecânica do calor.

Em 1880, apresentou a tese de habilitação para professor universitário intitulada Estados de equilíbrio de corpos isotrópicos em diferentes temperaturas.

Enquanto aguardava ser chamado para dar aulas na Universidade, continuou os seus trabalhos de investigação no campo da teoria do calor, desenvolvendo as ideias de Clausius sobre entropia.

Em 1891, Planck foi nomeado professor de Física Teórica da Universidade de Berlim, substituindo Gustav Kirchhoff.

Foi nesta Universidade que desenvolveu os seus dois mais importantes trabalhos, que referenciámos no início deste artigo.

Em 1913, foi nomeado reitor da Universidade de Berlim.

Em 1918, foi laureado com o Nobel da Física.

Planck pediu a Hitler que libertasse os cientistas judeus pois estes constituíam uma grande mais-valia para o avanço da ciência, tendo obtido a seguinte resposta: « Se a ciência não pode passar sem judeus, teremos de nos haver sem a ciência!».

O Führer não castigou diretamente Max Planck por ter tido a ousadia de formular este pedido, mas descarregou a sua ira sobre o filho deste, que viria, mais tarde, a ser executado acusado de participar num atentado para o matar.

A trágica morte do filho abalou profundamente Max Planck, que perdeu o ânimo para continuar as suas investigações.

Após o fim da Segunda Grande Guerra, Max retirou-se para Göttingen, onde viria a morrer, aos 89 anos de idade.

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