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EFEMÉRIDES

Aconteceu a 6 de novembro de 1656



Morte D. João IV de Portugal

A 6 de novembro de 1656, morre, em Lisboa, D. João IV, apelidado de O Restaurador.

* * *

A 19 de março de 1604, D. Teodósio II, sétimo duque de Bragança e sua esposa D. Ana de Velasco e Girón têm o seu primeiro filho, a quem põem o nome de João.

D. João de Bragança descendia diretamente de D. Manuel I. A sua avó paterna, D. Catarina de Bragança, tinha-se apresentado como herdeira legítima ao trono de Portugal, devendo ter sido ela a nomeada e não Filipe II de Espanha, também ele descendente de D. Manuel I, mas pelo lado materno, o que o posicionava em segundo lugar para efeitos sucessórios. Filipe II de Espanha consegue, no entanto, através da força das armas e corrompendo com ouro diversos nobres, ascender ao trono de Portugal.

Em 1581, nas cortes de Tomar, Filipe II de Espanha, aquando da tomada de posse da coroa portuguesa como Filipe I, havia prometido zelar pelos interesses do País, respeitando as leis, os usos e os costumes nacionais.

Durante os reinados de Filipe II e Filipe III de Espanha, essas promessas são mais ou menos cumpridas.

Porém, no reinado de Filipe IV de Espanha, os cidadãos nacionais começam a perder privilégios, ficando numa condição de subalternidade em relação a Espanha.

O mesmo rei espanhol não esconde o desejo de fundir por completo os dois reinos.

Um dos planos dos espanhóis para concretizar completamente essa fusão consistia em unir, através do casamento, nobres dos dois reinos.

Casar D. João de Bragança, descendente de D. Manuel I, com a D. Luísa de Gusmão, da Casa de Medina-Sidónia, a mais poderosa de Espanha, parecia um bom começo para consolidar essa unificação.

Este casamento concretiza-se a 12 de janeiro de 1633, sendo seguido por outros com nubentes de ambos os reinos.

Porém, a perda de privilégios da nobreza portuguesa, a sua subalternidade em relação a Espanha e a tentativa de unificar os dois reinos, leva a que se organize um movimento conspirador para a recuperação da independência, onde estão presentes elementos do clero e da nobreza.

Caberia a D. João, na sua qualidade de trineto do rei Manuel I de Portugal, ascender ao trono, na eventualidade deste movimento conspirador conseguir recuperar a independência nacional.

Para o efeito, os conspiradores visitam D. João de Bragança e pedem-lhe que aceite o trono de Portugal.

Perante a sua hesitação, D. Luísa de Gusmão, apesar de ser espanhola, terá dito, segundo a tradição, a célebre frase: “Antes rainha por um dia, que duquesa toda a vida!”. No entanto, segundo o Conde da Ericeira, presente naquela reunião, a frase de D. Luísa teria sido exatamente esta: “Mais acertado de morrer reinando do que acabar servindo” o que, no fundo, quer dizer o mesmo.

A 1 de dezembro de 1640, um grupo de 40 fidalgos introduz-se no Paço da Ribeira, onde reside a Duquesa de Mântua, representante da coroa espanhola, mata o seu secretário Miguel de Vasconcelos e vem à janela proclamar D. João, Duque de Bragança, rei de Portugal.

A Independência de Portugal é declarada num momento favorável: grande parte das forças espanholas estavam envolvidas, desde 7 de junho de 1640, no combate à Sublevação da Catalunha, não tendo reagido de imediato.

Era expectável, no entanto, uma futura retaliação espanhola.

Para reforçar a defesa das fronteiras de Portugal, são mandados alistar todos os homens dos 16 aos 60 anos e fundidas novas peças de artilharia.

No seu reinado, D. João IV haveria de desempenhar um papel fundamental na consolidação da independência de Portugal, tendo conseguido, no estrangeiro, apoios financeiros e militares.

Esta matéria, pela sua importância histórica, será por nós desenvolvida no artigo A Guerra da Restauração, brevemente disponível.

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