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EFEMÉRIDES

Aconteceu a 16 de novembro de 1943



Morte do engenheiro Duarte Pacheco

A 16 de novembro de 1943 é anunciada a morte do engenheiro Duarte Pacheco, ministro das Obras Públicas e Comunicações.

Nascido São Clemente, Loulé, a 19 de abril de 1900, foi, provavelmente, o melhor ministro que o Estado Novo teve.

Era o mais novo dos 11 filhos de José de Azevedo Pacheco, Comissário da Polícia de Loulé.

Ingressa aos 17 anos no Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa, onde, em 1923, se forma em Engenharia Eletrotécnica.

No ano seguinte, é nomeado professor assistente do Instituto Superior Técnico e, em 1925, professor catedrático do mesmo Instituto, ensinando a cadeira de Matemáticas Gerais.

Em 1926, é nomeado interinamente diretor do Instituto Superior Técnico. A 10 de agosto de 1927, passa, por unanimidade, a diretor efetivo.

A 18 de abril de 1928, ocupa, pela primeira vez, um cargo político, ao ser designado, aos 29 anos de idade, Ministro da Instrução Pública.

Na altura, o cargo de Presidente da República era ocupado por Óscar Carmona, estando à frente do governo José Vicente de Freitas.

Duarte Pacheco esteve pouco tempo nesse cargo, tendo-se demitido a 10 de novembro.

Salazar havia ocupado, durante cinco dias, a pasta das Finanças no Governo de Mendes Cabeçadas, tendo ficado desiludido com a política financeira do General João Sinel de Cordes. Caberia a Duarte Pacheco negociar o regresso de Salazar a este cargo, tarefa que levou a bom termo, pois este toma posse a 28 de abril de 1928.

Em 1932, quando tinha 33 anos de idade, Salazar convida-o a participar no seu governo, com a pasta de Ministro das Obras Públicas e Comunicações, cargo que assume de 5 julho desse ano até 18 de janeiro de 1936.

A 1 de julho de 1933, é-lhe atribuída a Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Em 1936, Duarte Pacheco é afastado do governo. Desiludido, afirma, na altura: «hão de vir em peregrinação pedir-me desculpas e suplicar-me que regresse.»

Efetivamente, isso aconteceu: a 1 de janeiro de 1938, é nomeado presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e, a 25 de maio, em acumulação, ocupa novamente a pasta das Obras Públicas e Comunicações.

A 18 de dezembro de 1940, é agraciado com a Grã-Cruz da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.

A 15 de novembro de 1943, desloca-se a Vila Viçosa, a fim de se inteirar dos trabalhos de construção da estátua de D. João IV. Teria, no entanto, de estar presente no Conselho de Ministros que se realizava nessa tarde, pelo que o veículo oficial que o conduzia teve de acelerar para não chegar tarde. Na Estrada Nacional n.º 4, no lugar da Cova do Lagarto, entre Montemor-o-Novo e Vendas Novas, a viatura despista-se, embatendo num sobreiro. Duarte Pacheco sofre ferimentos graves, tendo sido conduzido ao Hospital da Misericórdia em Setúbal.

Salazar foi imediatamente para aquele hospital acompanhado de uma equipa de reputados médicos, mas já nada foi possível fazer: na madrugada de 16, era confirmado o óbito de Duarte Pacheco, devido a uma hemorragia interna.

Atualmente, Duarte Pacheco é apenas recordado pelo nome atribuído ao viaduto que atravessa o Vale de Alcântara, em Lisboa, e pela avenida que o antecede.

O Diário de Lisboa publicado no dia em que morreu Duarte Pacheco refere elogiosamente a sua obra em prol do desenvolvimento do país: a rede de estradas, os melhoramentos rurais, os planos de hidráulica, a obra dos Portos, as escolas, os museus, os edifícios públicos, as obras de engenharia, as barragens, as pontes, a regularização dos rios, a modernização dos correios, telégrafos e telefones, e, finalmente, entre dezenas de outros empreendimentos realizados e em curso, o plano de urbanização para todo o país.

Tinha a paixão por Lisboa, da qual fora, durante algum tempo, presidente da câmara. Essa sua paixão levou-o, enquanto ministro, a colocar a engenharia e a arquitetura a trabalhar para a modernização da capital do país: mandou construir bairros sociais e obras de grande envergadura como o Estádio Nacional, ligado a Lisboa através de uma autoestada de 8 Km (a primeira de Portugal), a Fonte Luminosa, o Instituto Superior Técnico, a Casa da Moeda e outros edifícios públicos. Incentivou a construção do aeroporto, delineou as Avenidas Novas (larguíssimas para a época), mandou construir a Estrada Marginal, impulsionou a captação de águas, desenvolveu o Porto de Lisboa, impulsionou a conclusão das obras do Arsenal do Alfeite e determinou a construção da base naval de Lisboa e da base aérea do Montijo, para além de dezenas de outras obras.

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