Obras escritas por
Jorge Francisco Martins de Freitas
editor do Magazine O Leme

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HISTÓRIA




Batalha das Linhas de Elvas

Portugal recuperou a sua Independência a 1 de dezembro de 1640, mas teve de encetar, a seguir, 28 anos de guerra com os espanhóis.

A Batalha das Linhas de Elvas foi um dos mais importantes confrontos ocorridos durante esta época, conhecida na História por Guerra da Restauração.

O exército espanhol, comandado por D. Luís de Haro, encontrava-se acampado na fronteira de Caia, preparando o cerco a Elvas. Tinha ao seu dispor 14 000 homens de infantaria e 5 000 de cavalaria apoiados por 19 canhões e 3 morteiros de artilharia de 155 mm.

Do alto da praça de Elvas, as forças portuguesas observaram todas as movimentações dos espanhóis e prepararam-se para a defesa da cidade.

D. Luís de Haro entrincheirou as suas forças à volta de Elvas e, a partir de duas colinas próximas, começou a bombardear a cidade, causando inúmeras baixas. O comandante do exército espanhol esperava que a força da artilharia e a impossibilidade dos sitiados receberem alimentos do exterior, haveria de conduzir à sua capitulação.

D. Luísa de Gusmão, esposa de D. João IV, decide chamar D. António Luís de Meneses, conde de Cantanhede, para chefiar as forças portuguesas disponíveis no Alentejo e, com elas, enfrentar o exército espanhol, contando, para o efeito, com D. Sancho Manuel como Mestre-de-campo-general.

Com guarnições oriundas de Juromenha, Borba, Vila Viçosa, Campo Maior, Arronches, Monforte e outras regiões fora do Alentejo, o conde de Cantanhede conseguiu formar, em Estremoz, um exército constituído por 8 000 infantes e 2 900 cavaleiros apoiado por sete canhões.

Com estas forças, dirigiu-se a Elvas e, a 14 de janeiro de 1659, por volta das oito e quinze da manhã, as forças portuguesas atacaram o exército sitiante num local conhecido por Murtais.

Inicialmente, a vitória esteve indecisa para ambos os lados, mas, em breve, perante a bravura dos portugueses, os espanhóis começaram a ceder, abandonando as suas posições.

Como o exército espanhol estava entrincheirado por vários quilómetros à volta de Elvas, D. Luís de Haro não conseguiu reunir as suas forças em Murtais, o que em muito contribuiu para a vitória dos portugueses.

André de Albuquerque Ribafria, um dos melhores generais da cavalaria portuguesa durante a Guerra da Restauração, faleceu nesta batalha, quando lutava, com bravura, à frente dos seus homens. Era natural de Sintra, tendo sido o 4.º alcaide-mor do castelo daquela localidade, senhor da Torre de Ribafria e Mestre de Campo General da Província do Alentejo.

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Fonte: Praça de Elvas sitiada pelo exército castelhano e levantamento do sítio a força das armas portuguesas em 14 janeiro 1659 (Cota E. 648 A., coleção Iconografia da Biblioteca Nacional de Portugal)

Como recompensa por esta vitória, o conde de Cantanhede recebeu, entre outras mercês, o título de marquês de Marialva, por carta de lei de 11 de junho de 1661.

O Tratado de Lisboa, assinado a 13 de fevereiro de 1668 entre Afonso VI de Portugal e Carlos II de Espanha, viria a pôr fim à Guerra da Restauração.




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